O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a maior causa de morte no Brasil e um dos maiores responsáveis por incapacidade e invalidez. O AVC isquêmico corresponde a 87% dos AVCs. Ocorre quando há um coágulo obstruindo uma artéria no cérebro, o que causa falta de sangue e oxigenação no mesmo.

Para os pacientes que já sofreram um AVC Isquêmico, 3-15% tem a chance de ter um outro AVC nos próximos 90 dias. Os principais sintomas são confusão mental, dificuldade de falar e/ou entender, problema com a visão, dificuldade de movimento, tontura/vertigem, dor de cabeça, fraqueza de um lado do corpo, entre outros. As principais causas de AVC Isquêmico são:

  • coágulos que vem do coração por uma malformação ou arritmia (fibrilação atrial, flutter atrial, entre outras).
  • placas de gorduras nas artérias carótidas (no pescoço) que formam um trombo ou coágulo e podem subir com fluxo sanguíneo para o cérebro.
  • doenças das artérias do cérebro chamada de arteriopatia que causam a formação de coágulo ou espasmo e reduzim o fluxo de sangue causando o AVC.
  • distúrbio de coagulação sanguínea (doenças do sangue que formam coágulos a mais).
  • criptogênicas (25% dos casos). Quando todos os exames são realizados e não existe nenhuma evidência (causas relacionadas acima). Nessa situação, como não conseguimos identificar a causa, definimos o AVC como isquêmico criptogênico.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a maior causa de morte no Brasil e um dos maiores responsáveis por incapacidade e invalidez. O AVC hemorrágico representa uma menor porcentagem dos AVCs, porém é bastante devastador, uma vez que é um derrame com sangramento no cérebro. As principais causas são:

  • hemorragia subaracnoidea: mais provável; é resultado de trauma (acidente) ou aneurisma cerebral rompido (abaulamento na artéria dentro do cérebro que pode romper).
  • hemorragia cerebral: são resultados de um sangramento dentro do cérebro. A principal causa seria a ruptura de artérias pequenas dentro do cérebro, resultado da elevação rápida da pressão arterial. Portanto, o controle rigoroso da PRESSÃO ARTERIAL alta é fundamental para evitar os AVCs hemorrágicos.
  • Uso de medicação anticoagulante como warfarina (cumadim), rivaroxaban (Xarelto), Apixaban (Eliquis), Edoxaban (Savaysa), Dabigatran (Pradaxa), podem aumentar discretamente a chance de hemorragia principalmente após um acidente (trauma), dose inadequada, entre outras.
  • Uso de medicação antiagregante plaquetário como clopidogrel (Plavix), ticagrelor (Brilinta), Prasugrel (Effient) podem aumentar discretamente a chance de hemorragia principalmente após um acidente (trauma), dose inadequada, entre outras.

Este é um questionamento que eu recebo frequentemente. Mas a resposta para esta pergunta é SIM. Não é só possível evitar, como prevenir e diminuir os riscos de AVC. É sempre importante fazer o acompanhamento em consulta para ver como estão os exames, controlar pressão arterial, colesterol, fazer exames de ultrassonografia das artérias carótidas, entre outros.

Também é muito importante saber a história familiar, pois alguns tipos de doenças neurológicas e/ou sistêmicas podem passar de geração em geração e aumentar o risco de AVC.

Pessoas que já tenham sofrido AVC ou AIT (sintomas do AVC que melhoram rápido) são pacientes especiais e precisam de acompanhamento com um neurocirurgião especializado e treinado. Esse processo é importante e não pode ser negligenciado pelo paciente. O neurocirurgião fará o acompanhamento, solicitará exames e indicará o melhor tratamento para reduzir ao máximo a chance de um novo AVC.

É importante que todos conheçam os principais sintomas de um AVC. Isso ajuda os familiares e amigos em caso de socorro ou emergência. Quando voce identificar que um AVC possa estar acontecendo é importante que uma ambulância seja chamada para ir o mais rápido possível ao Hospital.

Alguns sinais e sintomas de um AVC:

  • confusão mental
  • Coma (geralmente no AVC hemorrágico)
  • fraqueza no corpo de um lado
  • dificuldade de falar (afasia motora)
  • dificuldade de entender (afasia de compreensão)
  • boca torta (queda de um lado da boca)
  • tontura/vertigem
  • diminuição da sensibilidade de um lado do corpo
  • alteração visual
  • zumbido de um lado
  • engasgo frequente

O tratamento cirúrgico do AVC isquêmico pode ser feito desde que seja diagnosticado rapidamente e vá para um hospital onde tenham toda a equipe treinada para identificar e poder fazer os exames para definir se dá para fazer uma cirurgia ou não. A cirurgia endovascular (cateterismo) chamada de Trombectomia ou Embolectomia deve ser feita corretamente com um cateter indo por dentro das artérias desde região femoral até o cérebro e remove o coágulo fazendo que o fluxo sanguíneo para aquela região retorne o normal e o cérebro não morra e então revertermos o AVC isquêmico. Este tratamento deve ser feito rapidamente pois a cada minuto de atraso no AVC perde-se 1.9 milhões de neurônios.

Outros tratamento cirúrgicos podem ser feitos para o AVC isquêmico também. Quando não for possível reverter o AVC então o cérebro que sofre o AVC pode inchar (edemaciar) e ficar apertado no crânio o outro lado do cérebro e as vezes podem precisar de uma cirurgia para retirar o osso do crânio liberando espaço para o cérebro inchar para o lado de fora e não apertar o outro lado do cérebro. Outros tratamentos são as cirurgias para prevenir como retirada da placa de gordura (colesterol) da artéria carótida (no pescoço) chamada de endarterectomia.

Uma das principais causas do AVC isquêmico é a presença de placa de gordura (colesterol) nas artérias carótidas (no pescoço). Esse exame é realizado por um radiologista em um aparelho de ultrassonografia (USG) com doppler (colorida para ver o fluxo e velocidade do sangue passando dentro da artéria). Neste exame podemos ver se há placa de colesterol e estimar um grau de obstrução (leve, moderado ou grave).

Outros exames importantes são a angiotomografia da artéria carótida e a angiografia cerebral (padrão ouro) que fornecerão com total precisão o grau de obstrução. Caso esta angiografia mostre um grau de obstrução leve, na maioria dos casos o tratamento é feito através de medicação, mudança da qualidade de vida, atividade física e dieta. Nos casos onde a obstrução seja superior a 70% da artéria carótida, um tratamento específico e geralmente cirúrgico é o mais indicado, visando principalmente prevenir futuros AVCs devastadores e potencialmente letais.

Quando identificado que o paciente tem uma obstrução da artéria carótida superior a 50-70% a cirurgia geralmente é o tratamento mais indicado. Mas qual cirurgia da artéria carótida é a melhor, Stent ou aberta (endarterectomia)?

Atualmente os estudos científicos mundiais mostram que discretamente a melhor técnica é a endarterectomia (cirurgia aberta no pescoço).

Quando não for possível realizar a cirurgia aberta, o caminho então é a realização da cirurgia por cateterismo, chamada de Angioplastia e Stent, onde por dentro da artéria é liberado um Stent para apertar a placa de gordura contra a parede do vaso e abrir a obstrução.

A Doença de Moya-Moya é uma doença rara e progressiva que afeta comumente crianças do Japão, China e Coréia sendo causado por uma estenose das artérias cerebrais internas, onde o fluxo de sangue é reduzido, fazendo com que o membro se readapte formando outros vasos colaterais na tentativa de suprir essa estenose.

São doenças com provável componente genético e tem associação com sindrome de Down, Anemia Falciforme, Hipertireoidismo e Neurofibromatose tipo 1. Esses vasos estenóticos causam quadro de miniAVC ou AIT (quadro de sintomas do AVC que recupera rapidamente). Afeta pacientes de 5-10 anos e 30-50 anos com quadro de AVC isquêmico repetidos e outros sintomas como dor de cabeça, convulsão, fraqueza, formigamento, diminuição de sensibilidade, dificuldade de fala e disturbio visual.

O diagnóstico é feito por angiografia cerebral. O tratamento pode ser observação e bypass (cirurgia onde é anastomosada uma artéria do couro cabeludo para dentro do cérebro na região da artéria cerebral média). Com isso podemos aumentar o fluxo de sangue no cérebro e reduzir os episódios de AVC e risco para próximos AVCs.

Esta é uma dúvida bastante frequente. Todos pensam que pacientes que já tiveram um AVC, ao tomar o AAS, correm o risco de ter uma hemorragia cerebral (sangramento cerebral).

O AAS (aspirina) é de extrema importância para inúmeros casos de AVC. Em torno de 20% dos pacientes que tem um quadro de Ataque Isquêmico Transitório (A.I.T.) que são aqueles pacientes com sintomas como: fraqueza de um braço e/ou perna de um lado do corpo, dificuldade de falar ou entender, fala arrastada, dificuldade de mexer um lado da boca ou ainda um quadro de um AVC isquêmico discreto sem sequelas precisam usar a medicação após o quadro do AVC evitando assim novos AVCs e até AVCs mais graves que podem causar a morte do paciente.

Marque uma consulta para ver qual o melhor período para iniciar o seu tratamento. NUNCA faça o uso de medicação sem o acompanhanto de um médico.

O AIT é um termo bastante usado para definir um quadro semelhante a um derrame, AVC. Os pacientes apresentam quadro de dificuldade de falar ou entender, fraqueza em um lado do corpo, boca torta (queda facial), entre outros sintomas. O mais importante que esses sintomas melhoram em menos de 24 horas quando então o paciente melhora completamente. Importante que esse AIT é um AVISO pois o paciente tem um risco de 20% ter um AVC de verdade, devastador ou até mesmo letal. Há inúmeros exames que devem ser feitos para ver as causas do AIT, se é problema no coração, nas artérias carótidas (no pescoço), entre outras.

Agende sua consulta para podermos investigar todos os riscos e melhores tratamentos para essa doença que pode ser grave.

A paralisia facial significa a diminuição da motricidade dos músculos do rosto. Há dois tipos: paralisia facial periférica (paralisia de Bell) quando o nervo facial sofre alguma lesão (infecção, inflamação por calor-frio, tumor, entre outros) sendo que um lado inteiro do rosto fica paralisado, ou seja, o canto da boca cai e não mexe e a pessoa não consegue fechar a palpebra do olho. O tratamento é basicamente com repouso, medicação, fisioterapia e orientações.

Já a paralisia facial central é quando há um AVC na região do tronco encefálico e o paciente tem somente uma queda do canto da boca (boca caída) mas o olho está mexendo normalmente. Neste caso que “aparentemente” parece mais simples, pelos sintomas, é na verdade mais grave e o paciente deve ir ao hospital imediatamente. Um neurocirurgião deverá realizar uma avaliação e solicitar exames (tomografia e ressonância de crânio).

É de vital importância identificar o mais breve possível a paralisia facial central para que seja feita o tratamento mais breve e adequado.